Falemos um pouco sobre Design… – Parte 1

Falemos um pouco sobre Design… Comecei a trabalhar com design em 1990, ao me formar em Publicidade e Propaganda, mas “ensaiei” seus princípios já em 1988, numa agência de Porto Alegre. Apaixonado pela área, continuei estudando e, em 2015, concluí a especialização em Design Gráfico na Unisinos.

Iniciei com o currículo para ilustrar que a cada dia desta trajetória havia alguma novidade, surpresa e conteúdo sobre design apaixonantes. E há ainda hoje.

Espero provocar reflexões sobre alguns destes eventos. Boa leitura!

Design é arte?

Uma das características que fazem o design se distanciar da manifestação artística é a sua invariável necessidade de se adequar ao propósito ou crenças de quem o contrata. Muitas vezes a sensibilidade do designer em escolher uma cor azul turquesa para um box de informações num folder de um produto não agrada ao cliente. Por uma ou por várias razões. Não é um problema e é bastante comum. O designer errou? O briefing foi incompleto? O cliente é preso a dogmas? O fato é que ser orientado a justificar um texto quando o melhor seria alinhá-lo à esquerda não afeta o ofício do design, mas com certeza o afasta da arte.

Uma das características que fazem o design se distanciar da manifestação artística é a sua invariável necessidade de se adequar ao propósito ou crenças de quem o contrata.

Designer tem que saber desenhar?

Muitas pessoas acham que o designer tem que saber desenhar. Talvez porque o nome sugira “desenho”. Mesmo significando “projeto”, em espanhol é “diseño”, que quer dizer mais desenho do que projeto. O fato é que no projeto diferentes conhecimentos se conectam, como história da arte, gestalt, arquitetura, dimensões, mercado, experiências sensoriais. E desenho. Mas saber sobre desenho é muito mais que desenhar. É saber sobre perspectiva, luzes e sombras, foco e desfoque, cores, retas e curvas. O designer usa softwares de desenho, para “ajudar” a confusão. Diseño, design, desígnio: muito antes de se desenhar vem o pensar, o planejar e o projetar. E isso é que é “design”.

Saber sobre desenho é muito mais que desenhar. É saber sobre perspectiva, luzes e sombras, foco e desfoque, cores, retas e curvas.

Evolução dos logotipos

É interessante perceber a evolução do design gráfico partindo-se do redesenho de logotipos. Lembro que nos anos 1990 a MTV chamou a atenção para o design cambiante, ou seja, seu logotipo tinha várias versões, especialmente com o uso de texturas variadas. Parecia nitidamente que seria uma tendência, mas levou 20 anos para as marcas adotarem de vez a “liberdade de expressão” do logotipo. Poderíamos dizer que acabou, ali, a sacralização do logotipo. No modernismo, eclodiram as marcas geométricas, extremamente simbólicas e hermeticamente desenhadas. Com a chegada da internet, a ilusão tridimensional abriu as portas para o design platinado de Hans Donner. Mas hoje se vê dia após dia as marcas adotando o flat design, o minimalismo e o viés cambiante da MTV. Muitos criticam a simplicidade exagerada, mas nunca o “menos é mais” da Bauhaus dos anos 1920 esteve tão em voga.

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Hoje se vê dia após dia as marcas adotando o flat design, o minimalismo e o viés cambiante da MTV.

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